sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Retoma da normalidade condicionada com a detenção “sem resistência” de Bubo Na Tchuto

Montagem ou não, os efeitos das movimentações militares do passado dia 26 de Dezembro ainda continuam a ser sentidas em Bissau. Ontem todo o dia foi dedicado a recuperação das munições supostamente retiradas dos paióis. Ainda no mesmo dia, uma delegação da Liga Guineense dos Direitos Humanos visitou, José Américo Bubo Na Tchuto nas instalações prisionais de Mansoa, onde ele, aliás, é único detido. Não obstante não pronunciar para a imprensa, o Chefe do Estado-maior da Armada mostrou alguma serenidade aquando da chegada dos visitantes.
O problema maior neste momento no país chama-se Bubo Na Tchuto, por duas razões. A primeira é que o mesmo já havia afirmado que é inocente nesse processo; a segunda é que muitos cenários já estão a considerá-lo inocente, porque no dia das movimentações militares, dormiu na sua casa e queixava de dores num dos pés.
Estes dois elementos, são para muitos analistas, matérias para ilibar o CEMA e ainda quando se admite que a sua detenção foi orquestrada pelo poder político. Aliás, há quem admite que, se na verdade Bubo estava envolvido no golpe, não dormiria em sua casa até as 7 de manhã, tendo acordado só depois da conversa com António Injai – ou ainda estar a movimentar sem nenhuma protecção até ser detido sem qualquer resistência. Existem mesmo círculos políticos que falam na orquestração de uma estratégia para meter em choque o CEMA e o Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas, António Injai.
Bubo Na Tchuto, um dos chefes militares mais queridos no país pelos seus soldados, continua assim a ser único capaz de devolver tranquilidade aos guineenses. Todo o país está em suspense, a espera daquele que pode ser a sua reacção depois dessa detenção em que se considera inocente.

Fonte: DSSL

quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Oposição Guineense acha que não houve golpe e que Angola está a interferir

Os partidos políticos na Oposição já estão a pronunciar sobre o alegado golpe de Estado de 26 de Dezembro. Em conferência de imprensa em Bissau, os 15 partidos da oposição na Guiné-Bissau acusaram a missão angolana presente no país de ingerência nos assuntos internos. A oposição estranha a ocorrência de um golpe dias depois do regresso do primeiro-ministro Carlos Gomes Júnior de uma visita a Angola e sobretudo a forma como foi dada protecção ao chefe do governo, na madrugada de segunda para terça-feira.

No decurso de um alegado golpe, uma coluna de soldados angolanos levou o primeiro-ministro para a embaixada de Angola. A missão militar angolana tem duas centenas de soldados em Bissau, no âmbito de um acordo da CPLP que visa treinar as forças de segurança guineenses.

Falando numa conferência de imprensa em Bissau, em nome dos diferentes partidos, os partidos da oposição democrática consideraram de "ilegal" a presença da força angolana: "Dois dias após o regresso do primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, de uma visita relâmpago ao Presidente José Eduardo dos Santos, dá-se de novo a encenação de um golpe de Estado", disseram.

Segundo as autoridades guineenses, na segunda-feira ocorreu uma tentativa de "subversão" militar, com um tiroteio junto a um paiol. Seguiu-se uma vaga de prisões, incluindo de altas patentes militares e deputados do PAIGC, sendo incerto o número de detidos. Na resistência às prisões, ficou gravemente ferido um polícia, que foi evacuado para Dakar vindo a falecer no passado dia 27.

Entre os detidos estão o chefe da marinha, Bubo Na Tchuto, e o número dois do exército, Cletche Na Ghana, além de um dos militares mais poderosos do país, o general Watna na Laie. São todos balantas. A estancar a rebelião esteve em foco chefe do estado-maior, general António Indjai.
 
DN/AAS (Ditadura do Consenso)/SSN

Possibilidade de libertar Bubo Na Tchuto ganha força, mas polémico

A situação político-militar de 26 de Dezembro está a ganhar novos contornos. Depois das detenções e execuções sumárias na capital, neste momento a questão maior é o futuro dos Chefes de Militares detidos. Chegam a imprensa informações que dão conta que, estão a ser feitas diligências para se libertar Bubo Na Tchuto, mas outras apontam sobre a recusa do mesmo. Bubo Na Tchuto, de acordo com fontes do Saiba-saibanews terá questionado a razão da sua detenção.
A caminho de Mansoa está uma delegação militar que integra políticos e elementos da sociedade civil. O objectivo dessa missão tripartida visa convencer o Chefe do Estado da Armada a abandonar as instalações prisionais de Mansoa.

Militares continuam as ruas e o Governo mantém irredutível a presença de tropa estrangeira

Nem a gravidade dos acontecimentos do dia 26 de Dezembro último mudam a posição do governo de Carlos Gomes Jr. sobre uma eventual envio de uma missão de estabilização para a Guiné-Bissau. Ontem, o ministro da Defesa, Baciro Djá, disse a imprensa guineense que está afastada a possibilidade do país solicitar missão do tropa estrangeira. O que está a ser discutido e que parece não depender exclusivamente do Governo, é a situação dos quartéis. Informações vindas dos militares admitiram que, os assaltantes do paiol do Exército levaram um número significativo de armas, o que faz com que tornasse quase irrecusável a solicitação de munições e outras armas junto dos países da CEDEAO.
No terreno, os militares continuaram a fazer rusgas e deter suposto implicados no golpe. Na tarde de ontem foi reforçada a vigilância junto da residência do Primeiro-ministro Carlos Gomes Jr. Os motivos não foram revelados, mas admite-se que tudo deve a precaução sobre eventuais retaliações. É que neste processo, a detenção de Bubo Na Tchuto parece estar a constituir pedra no sapato. O Chefe do Estado-Maior da Armada foi o primeiro a dizer que eras inocente nesse processo, pelo que nunca se preocupou em tomar medidas preventivas sobre a sua situação.
Outras informações dão conta ainda que a sua detenção não passou de uma conspiração, já que alguém ligado ao poder lhe terá chamado para a sua casa. Foi com o condutor e mais um guarda-costas e mal chegou ali, recebeu ordens de prisão.
Influente no seio da classe castrense, Bubo Na Tchuto não terá dirigido bem essa detenção e neste momento, muitos não se sentem tranquilos sobre aquilo que poderá vir a fazer.
Ontem os militares foram buscar Roberto Cacheu na Missão Católica de Ondame, mas de repente, o país ficou sem saber o que terá acontecido. As informações a propósito são nulas e teme-se que o pior poderá vir a acontecer ao deputado que mais oposição fez a Carlos Gomes Jr. nos últimos tempos.
Em relação à Carlos Gomes Jr., ontem rodeado de um forte aparato de segurança, deslocou-se a sede do partido ontem reuniu com alguns militantes.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Liga censura PIR e condena a morte de Iaia Dabó

A Direcção da Liga Guineense dos Direitos Humanos emitiu hoje um comunicado no qual censurou a atitude dos agentes da Polícia de Intervenção Rápida (PIR) que mataram a sangue frio, o Major Iaia Dabó. Para os dirigentes da Liga, tal atitude é condenável quando sobretudo se trata de uma pessoa que já tinha rendido e na posse das autoridades. A liga recorda ainda que, com base na mesma atitude, os agentes da PIR também já tinham morto outra pessoa em 2008, numa clara atitude de justiça pelas próprias mãos.

Na íntegra o comunicado:
COMUNICADO À IMPRENSA

A missão das forças de segurança num estado de direito consiste basicamente na defesa da ordem democrática e segurança interna. Paradoxalmente, o seu funcionamento e as suas actuações têm sido caracterizados pela utilização desproporcional de força e desobediência a cadeia de comando, factos que têm aumentado o seu descrédito por parte da população.

Uma corporação policial desta natureza, ao invés de servir de garante da segurança interna, traduz-se numa ameaça à ordem pública, proporcionando assim, condições susceptíveis para a violação dos direitos, liberdades e garantias dos cidadãos.

A LGDH registou com enorme tristeza o assassinato bárbaro do agente Iaiá Dabó, abatido a tiros pelos agentes da Polícia de Intervenção Rápida, quando voluntariamente se entregava às autoridades, por supostamente ter participado da tentativa de insubordinação, anunciada no passado dia 26 de Dezembro de 2011.


À semelhança do acorrido no dia 13 de Abril de 2008 com o Agente da Polícia Judiciária Liberato Neves, a Policia de Intervenção Rápida demonstra mais uma vez, a sua insensibilidade para com os valores inerentes à dignidade humana e desrespeito pelos princípios estruturantes da actuação das forças de segurança no quadro democrático.

A vida humana é o bem mais sagrado, sobre o qual se fundam todos os demais direitos e liberdades fundamentais. Porquanto, a sua defesa constitui a tarefa fundamental do estado moderno, em especial das forças de segurança, independentemente de motivos ou circunstancias subjacentes a qualquer situação.

A LGDH considera inadmissível a justiça privada sobretudo quando perpetrada pelos próprios agentes de segurança em nome de uma justiça eufórica e ilusória. Aliás, este acto veio reafirmar o disfuncionamento da cadeia de comando das forças de segurança e insubordinação às autoridades civis.

Face ao acima exposto, a Direcção Nacional da Liga delibera o seguinte:

1.      Condenar severamente esta acção criminosa dos agentes da Polícia de Intervenção Rápida.
2.      Responsabilizar o Ministério do Interior pela execução sumaria do malogrado Iaia Dabo perpetrada pelos agentes sob sua alçada.

3.      Condenar as circunstâncias em que foi atingido mortalmente, o agente da Policia de Intervenção Rápida, Vladimir Lopes Crate, enquanto desempenhava a nobre missão republicana da defesa da ordem pública;

4.      Exortar o Ministério Público no sentido de instaurar um processo-crime
Contra os autores deste acto vergonhoso que não dignifica o povo guineense;

5.      Exigir o afastamento da corporação policial de todos os agentes que participaram neste acto hediondo;

6.      Apelar a comunidade internacional no sentido de apoiar as autoridades nacionais na implementação mais urgente possível das reformas em curso no sector de segurança de forma abrangente, adoptando como critérios principais a idoneidade, integridade, profissionalismo e respeito pelos princípios de estado de direito.

7.      Manifestar a sua firme determinação de não poupar esforços, enquanto os autores deste acto brutal não forem traduzidos à justiça.

8.      Exortar as autoridades nacionais em particular as forças da defesa e segurança no sentido de assegurar à vida e a integridade física das pessoas alegadamente envolvidas nos acontecimentos do passado dia 26 do corrente mês.



Feito em Bissau, aos 28 dias do mês de Dezembro de 2011,


À Direcção Nacional
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Iaia Dabó morto, Djoi preso, Roberto Cacheu à monte

A busca dos eventuais envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado do passado dia 26 de Dezembro, continuou. O irmão do ex-ministro do interior, Baciro Dabó, morto pelos militares em Junho de 2009, foi abatido ontem a tarde em Bissau. O assassinato a sangue frio, de Iaia Dabó, ocorreu momentos em que se preparava para se entregar as autoridades, na qualidade de suspeito de envolvimento nas movimentações militares da madrugada de 26 de Dezembro.
Segundo informações oficiais, a vítima já se tinha entregado ao deputado do PAIGC, Conduto de Pina, que igualmente preparava para o entregar as autoridades. Mais caricato é que o assassinato a sangue frio ocorreu na presença dos representantes da Liga Guineense dos Direitos Humanos e dos responsáveis do Movimento Nacional da Sociedade Civil. Para já, a única justificação existente sobre essa atitude dos militares está ligada a um suposto assassinato de Yaya Dabó a um agente da Polícia de Intervenção Rápida no dia do levantamento. Conta a história do conflito que, no dia em que rebentou a crise, um grupo de agentes de Polícia de Intervenção Rápida tentou deter o deputado Roberto Cacheu na sua residência no Bairro de Luanda. Estava lá, Iaia Dabó que terá recusado a detenção do deputado, tendo inclusive disparado contra o suposto agente de Polícia de Intervenção Rápido e depois pós-se em fuga.
Os agentes da polícia e os Militares terão iniciado assim a sua busca até ontem a tarde, mal tiveram informações de que estava localizado, foram junto ao local e mataram-no a sangue frio.
Em relação a Marcelino Lopes Cabral, Djoi, o tal civil do Ministério do Interior que estava a monte, já se entregou e neste momento está sob a custódia das autoridades.
Importa destacar que, nos meados do mês de Julho, Iaia Dabó fazia parte dos manifestantes da oposição que acusavam o Primeiro-ministro de ser sanguinário e de ter morto o seu irmão Baciro Dabó, pelo que iria pagar. Iaia Dabó chegou a admitir vingar-se da morte do irmão.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Poder na busca de últimas decisões sobre suposta tentativa de golpe de Estado

A suposta tentativa de golpe de Estado que provocou as detenções de Bubo Na Tchuto e de Guiledje Nganha, podem ter decisões mais severas hoje. Desde manhã que Bissau tem sido lugar para várias reuniões, com a crise como pano de fundo. A primeira, foi o Conselho de Ministros convocado pelo Governo e o segundo o Conselho Superior Militar, convocado pelo Estado-Maior General das Forças Armadas. Fontes de Saiba News admitem que dessas reuniões possam sair decisões como as de afastar das suas funções, os Chefes Militares supostamente implicados.
A ser verdade, significa que serão afastados das suas funções, José Américo Bubo Na Tchuto, Chefe do Estado-Maior da Marinha de Guerra Nacional e de Guiledje Nganha. Também será discutido o dossier, Augusto Mário Có, Chefe do Estado-maior do Exército. A crise que assolou Bissau no dia 26 de Dezembro se deu exactamente no paiol do Exército, onde um grupo de militares, terá supostamente tentado assaltar o mesmo para retirar o armamento.
Augusto Mário Có, faz parte dos primeiros militares a serem detidos, mas informações postas a circular hoje admitem que venha a permanecer das suas funções. Aliás, o CEME é um dos próximos do Primeiro-ministro, sendo que existe mesmo entre dois alguns laços fortes.
Carlos Gomes Jr. vai reunir o seu Governo, mas a partida está praticamente afastado o cenário, dos acontecimentos de ontem ser considerados um golpe de Estado. Ontem na reunião que juntou Militares, Sociedade Civil e demais instituições, Artur Silva que falou como porta-voz do Governo não aceitou qualificar as movimentações de segunda-feira como “um golpe de Estado. Só disse que o Governo tinha tudo sob controlo.
Outras informações apontam para a detenção de um deputado do PAIGC, supostamente envolvido no golpe.

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Estado-maior aborta subversão militar e detêm chefes suspeitos

O levantamento Militar dessa madrugada em Bissau provocou detenção de dois Chefes. A situação de crise entre as Chefias Militares despoletada esta manhã em Bissau com o levantamento de um grupo de militares, parece estar a ganhar outros contornos. O Chefe do Estado-maior General das Forças Armadas (CEMGFA) que a partida era tido como vítima, recuperou a posição e já está mesmo em vantagens. Informações dignas de crédito vindas de fontes militares, dão conta que, o Chefe de Estado-Maior General das Forças Armadas, António Injai já ordenou a detenção de alguns chefes militares, entre eles, José Américo Bubo Na Tchuto e o Chefe do Estado-Maior do Exército, Augusto Mário Có. Estas detenções, embora ainda não tenham informações oficiais, deverão estar ligadas ao suposto envolvimento dos dois nas movimentações dessa madrugada.
Logo de manhã, depois do país ter essas informações de manobras militares, o Chefe do Estado-Maior da Armada, José Américo Bubo Na Tchuto disse que foi confrontado por António Injai, em como os seus homens é que tentaram assaltar o Estado-maior do Exército. Na Tchuto recusou essas acusações e disse publicamente não estar envolvido em nenhuma tentativa de golpe de Estado. Antes do meio-dia, a situação tornou-se outra. O Chefe do Estado-maior General das FA com o apoio do famoso batalhão de Mansoa (Há 60 quilómetros de Bissau) inverteu a situação. Mandou prender numa só assentada, o Chefe do Estado-Maior do Exército e o da Armada. Proferiu mensagem ao país e disse que o Primeiro-ministro estava no local seguro. Carlos Gomes Jr. Que logo após o levantamento foi dado como morto, estaria escondido na embaixada de Angola, alguns metros da sua casa. Outras informações davam conta que o PM estaria no aquartelamento da Missão Angolana para Apoio a Reforma nos Sectores da Defesa e Segurança que dista 8 Km da residência do PM.
Outras informações dão conta que, as movimentações da madrugada de 26 de Dezembro foram lideradas por Watna Na Laie. Um ex-Chefe do Estado-maior do Exército que, em 2004 esteve envolvido no caso em que foram vítimas o General, Veríssimo Seabra, então Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas e o Coronel, Domingos Barros, Chefe de Divisão dos Recursos Humanos do Estado-maior.
Desde então que Watna Na Laie ficou afastado das Forças Armadas, tendo estado a ser integrado progressivamente nos últimos tempos.

Crise nos quartéis chega as ruas de Bissau

O país acordou dia 26 de Dezembro sob tiros de armas automática. Até o princípio da manhã, ainda não tinham sido avançadas a imprensa informações oficiais, mas tudo aponta para um desentendimento entre os militares. Nesse desentendimento, o Primeiro-ministro, Carlos Gomes Jr. terá sido um dos alvos, sendo obrigado a escolher um esconderijo mais seguro. Informações iniciais apontam o Chefe do Estado-maior da armada guineense como sendo uma das cabecilhas do suposto levantamento, mas Bubo Na Tchuto já veio à público desmentir qualquer envolvimento em subversões. Bubo Na Tchuto confirmou ter falado com o CEMGFA na manhã do dia 26, onde António Injai lhe perguntará se foram os seus homens que tomaram de assalto, o Estado-Maior. Na Tchuto respondeu que não e disse liminarmente não ter nenhum envolvimento no assunto.
Certo é que, as ruas de Bissau permanecem calmas com os militares a movimentarem-se de um lado para outro. O Momento está agitado e prevê-se situações mais complicadas no futuro, até, porque, de acordo com as informações dignas de crédito, Carlos Gomes Jr., primeiro-ministro da Guiné-Bissau está no aquartelamento da missão de reforma Angolana.

quinta-feira, 22 de dezembro de 2011

Conselho de Segurança prolonga mandato do UNIOGBIS até Fevereiro de 2013

 O Conselho de Segurança prolongou, por unanimidade, o mandato do UNIOGBIS até Fevereiro de 2013, durante uma sessão realizada nesta quarta-feira em Nova Iorque.

Na sua resolução, o Conselho realça os esforços do Governo guineense com vista à estabilidade e respeito da ordem constitucional assim como os passos encorajadores na implementação das reformas económicas e adopção das estratégias para combater a pobreza e melhorar a saúde.

O Conselho de Segurança exorta o Governo e todos os actores políticos da Guiné-Bissau a trabalhar juntos para consolidar a paz e estabilidade no país, resolver os seus diferendos através de meios legais e pacíficos e redobrar esforços para instaurar um verdadeiro diálogo inclusivo e a reconciliação. A resolução “pede a todos os actores nacionais, nomeadamente políticos, militares e da sociedade civil a participarem plenamente na Conferência Nacional sobre a Reconciliação e assegurarem-se do estabelecimento de um mecanismo de acompanhamento da aplicação das recomendações da Conferência Nacional sobre a reconciliação.”

O Conselho apela aos membros das Forças Armadas, particularmente os seus dirigentes, a respeitarem a ordem constitucional, a tutela e o controlo civis bem como o estado de direito e os direitos humanos e a absterem-se de ingerência nos assuntos políticos.

De igual modo, o Conselho exorta o Governo a concluir o mais rapidamente possível os inquéritos sobre os assassinatos políticos de Março e Junho de 2009 e estabelecer um clima que permita à comissão nacional de inquérito conduzir os seus trabalhos de forma credível e transparente.

Ao mesmo tempo que felicita as autoridades guineenses pela adopção do seu plano operacional 2011-2014 para combater o narcotráfico, o Conselho apela o Governo a implementar a Iniciativa da Costa Oeste-africana (WACI) de combate ao tráfico de droga e o crime transnacional na sub-região e convida a comunidade internacional, nomeadamente a Comissão de Consolidação da Paz, a União Africana (UA), a CEDEAO, a CPLP e a União Europeia (UE) bem como os parceiros bilaterais a apoiarem esta iniciativa.

Na sua resolução, o Conselho apela à CEDEAO, CPLP e ao Governo da Guiné-Bissau para que se mantenham engajados no roteiro CEDEAO-CPLP, em particular a operacionalização do fundo de pensões para os membros das forças de defesa e segurança. Também pede ao Governo para que complete a adopção de uma legislação e um quadro básicos relativos à reforma do sector de defesa e segurança, incluindo sobre o fundo de pensões.

O Conselho exorta a Comissão de Consolidação da Paz a continuar a apoiar as prioridades da Guiné-Bissau bem como contribuir para eliminar os obstáculos à consolidação da paz, nomeadamente a reforma do sector de defesa e segurança e tráfico de droga.

Durante a reunião do Conselho de Segurança, o embaixador da Guiné-Bissau nas Nações Unidas, João Soares da Gama afirmou que o país precisa do apoio contínuo das Nações Unidas. « Sempre contribuimos para que houvesse paz e estabilidade noutros países. Agora é a vez da Guiné-Bissau enfrentar várias dificuldades sobretudo no domínio da segurança. Por isso, precisamos das Nações Unidas para reforçar as nossas capacidades e apoiar no combate contra a pobreza, o tráfico de droga mas também a reformar o nosso sector de segurança que é importante para a paz e estabilidade na Guiné-Bissau ».
Segundo o relatório do Secretário-Geral das Nações Unidas, “o UNIOGBIS continuará a trabalhar em estreita colaboração com as autoridades nacionais e com os demais parceiros internacionais da Guiné-Bissau, com particular foco na célere implementação das reformas nos setores da justiça, defesa e segurança, no reforço do Estado Democrático de Direito e dos Direitos Humanos e no combate ao tráfico de drogas, crime organizado e impunidade, bem como, na promoção do diálogo nacional.” O relatório acrescenta que os esforços para a consolidação da paz serão centrados nas mulheres e nos jovens.

Cesária Évora - a mulher que fez chorar Cabo Verde

O desaparecimento físico no passado dia 17 de Dezembro da cantora cabo-verdiana, Cesária Évora, tornou-se num fardo pesado para os seus compatriotas. Todos falam da Diva, todos lamentam o seu desaparecimento, mesmo estando a volta dos 70 anos de idade, dizem que a Cize, ainda faz falta. Muita falta. Durante três dias, os cabo-verdianos choraram aquela que é até agora, a maior embaixadora da música moderna do país. No dia das cerimónias fúnebres realizado no passado dia 20 de Dezembro na Ilha de São Vicente, as mais ilustres figuras cabo-verdianas, desde Jorge Fonseca, presidente da República passando pelo Presidente da ANP e do PM e demais destacados deslocaram a ilha para acompanhar a diva a sua última morada. No cortejo fúnebre, os músicos caboverdianos decidiram fazer sentir, mas entoaram mais a "sodade" daquela que partiu e jamais voltará. Laura de Assunção (Lura), uma das melhores vozes femininas cabo-verdianas, aproveitou a ocasião para chamar atenção a todos os músicos cabo-verdianos sobre a necessidade de todos fazerem com que Cesária Évora fique eternamente. O ministro da Cultura Cabo-verdiana preferiu lamentar o vazio que a Cize deixou e prometer que o Governo tudo fará para imortalizá-lo.
Longe dos protagonismos, a vida da Cize começou a ter ênfase no público a partir dos ano 80. Com proposta de Djô, a diva deslocou-se a França apenas para cantar "um bocadinho" para os cabo-verdianos ali presentes. A experiência agradou e tornou-se numa chave para abrir as portas do mundo. Viajou depois para as proximidades (Luxemburgo), foi até a Bélgica, deslizou um bocadinho para Holanda, veio para Portugal, foi até Espanha e decidiu em nome do sucesso e bom trabalho, atravessar o Atlântico. Nas Américas cantou e encantou. E começaram a surgir títulos, homenagens e solicitações.

Passageiros da TAP na Guiné-Bissau continuam a aguardar pela chegada das suas cargas

Está fatigante a demora da chegada das cargas dos passageiros que há duas semanas viajaram no voo da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) para a Guiné-Bissau. Durante duas semanas consecutivas as cargas chegam sempre em atraso. os passageiros prometem uma marcha de protesto junto da delegação da TAP em Bissau nos próximos dias. Novas informações dão conta que, a administração da empresa já conta mandar um cargueiro com toda a carga. Outras dão conta que as cargas ficaram em Lisboa por causa de falta de combustível no avião.

Democracia: Cabo Verde ultrapassou Portugal e a Guiné-Bissau está nos piores

Cabo Verde é o país lusófono mais democrático, tendo ultrapassado Portugal no último ano, revela o Índice da Democracia 2011, do Economist Intelligence Unit, que coloca Angola e Guiné-Bissau entre os piores.
O índice, realizado pelo serviço de investigação da revista "The Economist", vai na quarta edição e avalia as democracias de 165 estados independentes e dois territórios, colocando-os em quatro categorias: democracias plenas, democracias com falhas, regimes híbridos e regimes autoritários.
Segundo o relatório, Cabo Verde é o 26.º país mais democrático e o primeiro na categoria das democracias com falhas, sendo seguido de Portugal. Os dois países trocaram de posição, já que em 2010 Portugal era o 26.º e Cabo Verde o 27.º.
Num total de 10 pontos possíveis, Cabo Verde obtém 7,92 (menos duas décimas do que em 2010), o que resulta de uma avaliação baseada em cinco critérios: processo eleitoral e pluralismo (9,17 pontos), funcionamento do governo (7,86), participação política (7,22), cultura política (6,25) e liberdades civis (9,12).
Cabo Verde é referido como um dos seis países da região da África subsaariana onde as eleições são consideradas livres e justas, juntamente com o Botswana, o Gana, as Maurícias, a África do Sul e a Zâmbia.
Entre as democracias com falhas surgem ainda Timor-Leste, que se manteve no 42.º lugar, e o Brasil, que desceu da 47.ª para a 45.ª posição, ex-eaquo com a Polónia.
Timor-Leste teve uma classificação global de 7,22 (igual a 2010), com 8,67 no processo eleitoral e pluralismo, 6,79 no funcionamento do governo, 5,56 na participação política, 6,88 na cultura política e 8,24 nas liberdades civis.
Já o Brasil teve 7,12 (igual a 2010) de classificação geral, com 9,58 no processo eleitoral, 7,50 no funcionamento do governo, 5,00 na participação política, 4,38 na cultura política e 9,12 nas liberdades civis.
Moçambique, que desceu do 99.º para o 100.º lugar em 2011, é o único país lusófono entre os regimes híbridos e obteve um total de 4,90 pontos (igual a 2010), distribuídos entre o processo eleitoral (4,83), funcionamento do governo (4,64), participação política (5,56), cultura política (5,63) e liberdades civis (3,82).
Entre os países classificados como sendo regimes autoritários surgem Angola, que desceu do 131.º para o 133.º lugar, e a Guiné-Bissau, que se manteve no 157.º.
O processo eleitoral e pluralismo angolanos obtiveram 1,33 pontos, o funcionamento do governo 3,21, a participação política 4,44, a cultura política 4,38 e as libertades civis 3,24, o que resulta numa classificação global de 3,32, igual à do ano passado.
Angola é ainda um dos 40 países que registaram uma deterioração da liberdade de imprensa, revela o relatório.
Com um total de 1,99 pontos (igual a 2010), a Guiné-Bissau recebeu uma classificação de 2,08 no processo eleitoral, 0.00 no funcionamento do governo, 2,78 na participação política, 1,88 na cultura política e 3,24 nas liberdades civis.
O Índice da Democracia não refere São Tomé e Príncipe.

Polícia Judiciária prende presidente da Bolsa de Valores de Cabo Verde

Polícia Judiciária cabo-verdiana deteve hoje sete pessoas no âmbito da operação "Lancha Voadora", incluindo o presidente da Bolsa de Valores, noticiou a agência cabo-verdiana Inforpress.
A rádio pública cabo-verdiana acrescentou que além do presidente da Bolsa de Valores, Veríssimo Pinto, foram detidos duas mulheres, três empresários e um mestre de pesca.
As detenções ocorreram na sequência de buscas da Polícia Judiciária em empresas e residências das sete pessoas, onde foram encontrados «documentos comprometedores», que estabelecem ligações dos suspeitos à rede de tráfico de drogas e lavagem de capitais, adiantou a Inforpress.
Os detidos deverão comparecer ainda hoje em tribunal, acrescentou.
Alguns dos detidos hoje pela Polícia Judiciária são sócios de Paulo Pereira, de 44 anos, Quirino Manuel dos Santos, de 39, e Carlos Gil Gomes Silva, de 41, atualmente na cadeia de São Martinho na sequência da operação «Lancha Voadora».
A operação "Lancha Voadora" começou a 08 de outubro, quando a Polícia Judiciária fez a maior apreensão de droga de sempre no arquipélago: 1,5 toneladas de cocaína em elevado estado de pureza, mas que já foi incinerada.
A droga, armazenada num prédio da capital, foi avaliada em cerca de um milhão e meio de contos cabo-verdianos.
Na altura, a polícia deteve três indivíduos e apreendeu milhares de euros e outras moedas sul-americanas e milhões de escudos cabo-verdianos em notas.
A Polícia Judiciária confiscou cinco viaturas topo de gama, três jipes, duas «pick-up», uma moto de mar e um «moto-quatro», além de algumas armas.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ronaldo: «Saiu peso das costas»

RECORD – Sempre que se fala de um jogo da Seleção ou do Real Madrid, considera-se que a vitória apareceu devido a Ronaldo ou que o resultado foi mau porque não apareceu no jogo. Sente-se cómodo com essa pressão?
CRISTIANO RONALDO – Não pode ser o 8 ou o 80, tem de ser sempre normal. Mas já estou acostumado a isso e tenho de saber viver assim mas, por vezes, sinto-me triste com esse tipo de pensamento, ou desiludido, mas já é um hábito.
R – Depois deste apuramento para o Europeu’2012, os portugueses ficaram com a ideia de que puxou a pressão do último jogo para si e respondeu à altura. No fim, quando cantou o hino, sentiu que as pessoas sempre o apoiaram desde o início?
C.R. – Sempre não, nem sempre. Mas é bom sentir o apoio de todos os portugueses, percebemos que as pessoas estavam muito felizes e esperançosas e nós, dentro de campo, jogámos com o apoio deles. Foi fundamental, pois a equipa jogou bastante bem e só assim é que conseguiríamos ganhar algo. Ganhámos à Bósnia com um excelente resultado e todos os portugueses desfrutaram e, graças a Deus, estamos no Europeu.
R – Todos falam esta época de um Ronaldo mais solidário em campo. Pensa assim também?
C.R. – Tenho a ideia de que estou praticamente igual. É claro que tento sempre melhorar ano após ano, e pode ser que faça agora mais assistências do que antes. O meu modo de ver o futebol é quase sempre o mesmo e não mudou assim tanto. Por isso respeito um pouco essa opinião das pessoas mas não o vejo assim. Eu não mudei, melhorei.

Questões da organização e opções técnicas continuam a constituir entrave

No mês de Outubro terminou a fase de qualificação para a Taça de África das Nações que vai ter lugar na organização conjunta de Gabão e Guiné-Equatorial. Na altura, a selecção nacional da Guiné-Bissau depois de seis jogos, conseguiu apenas uma vitória e cinco derrotas. Ganhou a Quénia por 1-0, logo no primeiro jogo, perdeu a seguir por 1-0 com Angola, perdeu em casa por 2-0 com Uganda, perdeu a seguir 2-1 com Quénia e terminou com 2-0 diante de Angola. Na altura, os responsáveis federativos nacionais qualificaram de positiva a participação, enquanto que a equipa técnica liderada por Norton de Matos garantiu que a Guiné-Bissau tenha encontrado uma selecção do futuro.
No mesmo mês, e para a busca de um lugar na fase de grupos para qualificação do Mundial 2014 a ter lugar no Brasil surgiu no caminho da Guiné-Bissau, o Togo. A selecção do Togo que depois de cerca de dois anos sem participar nas competições internacionais, foi de imediato considerado um adversário acessível. Os jogos tiveram lugar no corrente mês de Novembro. Na primeira mão realizada em Bissau a 11 de Novembro, o jogo terminou empatado a uma bola. Para a Selecção nacional marcou Basile de carvalho de grande penalidade, enquanto que para o Togo, Akpé inaugurou o marcador no jogo.
A selecção nacional que praticamente dominou o jogo, desperdiçou uma mão cheia de oportunidades através dos médios zezinho e Mamadú Candé. No final da partida, Norton de matos atribuiu favoritismo ao Togo e criticou a forma como a organização tem preparado os jogos da selecção. Segundo o técnico nacional de nacionalidade portuguesa, se a Guiné-Bissau pretender mudar essa situação deve melhorar a organização.
Confrontado com as críticas a volta do seu trabalho, o seleccionador português afirmou que não podia fazer mais perante os seus adversários, uma vez que a selecção da Guiné-Bissau, para além de não ter base aquando da sua indigitação para o Comando técnico, continua a contar com jogadores pouco utilizados nos seus Clubes. A título de exemplo citou mais de meia dúzia dos titulares na selecção nacional que nas suas equipas não jogam.
O seleccionador destacou igualmente a incapacidade de preparar o jogo da primeira mão, uma vez que a selecção só cumpriu uma sessão de treino, enquanto que o seu adversário três.
Antes da partida para Togo, a selecção deslocou-se a Primatura para se despedir do Chefe do Governo. Carlos Gomes Jr. Depois de ouvir as lamentações do seleccionador e do jogador, deixou promessas que o Executivo que dirige continuaria a apoiar a selecção nacional na sua participação nas competições internacionais. O Chefe do Governo guineense criticou as falhas na organização tendo inclusive lembrado o jogo com o Senegal na qualificação para os jogos africanos. Carlos Gomes Jr. Considerou de inaceitável o que aconteceu. “Depois de muitos esforços feitos em termos financeiros e em campo, não podemos aceitar as derrotas por questões meramente administrativas. Por isso a partir de agora devem começar a tratar estas coisas com maior cuidado”, advertiu o PM.
Na mesma ocasião, falou das questões das dívidas com o treinador português. Disse que o seu Governo tem desbloqueado regularmente o dinheiro para pagar o seleccionador, pelo que foi apanhado de surpresa, quando aquele diz que ainda dispõe de mais de 4 meses de salário em atraso. “Ele é um chefe de família. Não aceito que as pessoas fiquem com um Chefe de família mais de quatro meses sem lhe pagar salários”, condenou o PM.
Nesse mesmo encontro, o PM prometeu que o seleccionador português seria pago, mas os responsáveis pela organização, Ministério de Desportos, Secretaria de Estado e a Federação devem obrigatoriamente facultar-lhe o relatório de execução que o Governo colocou a disposição da federação.
As palavras do PM não mudaram nada. As deslocações da federação continuaram a serem mudadas. Na deslocação para o Togo no quadro do jogo da segunda mão, os jogadores viajaram até Benin e fizeram o resto de autocarro. As justificações sobre essa viagem fatigante foram conotadas com tardio desbloqueio de verbas. Essa denúncia não teve nenhuma resposta dos responsáveis políticos, mas o que é certo é que, para a segunda mão, em termos de prémios de jogos, os jogadores guineenses, receberam mais.
O jogo aconteceu no Municipal de Lomé no dia 15 de Novembro. A selecção togolesa nessa partida contou com o regresso de Emanuel Sehiy Adebayor. A estrela togolesa que actua nos ingleses de Totenham Spurs regressou assim a selecção depois de dois anos de ausência. Ele que decidiu abandonar a selecção em 2010 depois do ataque que a comitiva togolesa foi alvo em Angola nas vésperas do CAN 2010, só foi convencido pelo presidente da federação e o ministro de desportos para regressar.
Relativamente a partida propriamente dita, a selecção nacional não foi além de uma derrota por 1-0. O golo togoles foi resultado de um auto-golo dos defesas nacionais. No final do jogo, o treinador criticou e de que maneira a arbitragem do camaronês Mussa.
Perante este cenário, a Guiné-Bissau viu assim adiados o sonho de participar tanto no Mundial como jna Taça de África das Nações.
Para CAN 2013, na fase preliminar, a selecção dos Djurtos deverá jogar com camarões, antes de entrar na fase de grupos.

Chumbo da candidatura de Manelinho abre possibilidade à duas Ligas e duas Federações

A secretaria da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) indeferiu a candidatura de Manuel Irénio de Nascimento Lopes (Manelinho) a presidência da federação de Futebol da Guiné-Bissau. A decisão constante no Comunicado nº 152/2011 da Federação de Futebol, tem como principal fundamento suposta subscrições de alguns Clubes a duas candidaturas.
De acordo com o Comunicado, em situações como estas (dupla subscrição), a subscrição é nula e as duas listas saem a perder. Sporting Clube da Guiné-Bissau, Cumura FC, Mavegro FC e o Desportivo de Gabú, são Clubes apontados pela secretaria-geral como aquelas que subscreveram duas candidaturas. Também terão feito duas subscrições, Associação dos Jogadores e a Associação da Medicina Desportiva. Academia terá sido retirada da candidatura de Manelinho, porque quem assinou não tem competências para tal.
Os apoiantes de Manuel Irénio de Nascimento Lopes denunciar uma cilada do Secretário-geral a volta desse processo e revelaram que, mesmo havendo irregularidade não compete a este decidir, mas sim a mesa do Congresso. Prometendo recorrer-se da decisão, os apoiantes da candidatura de Manelinho garantem que, na eventualidade de não existir solução para que Manelinho concorra, vão organizar um campeonato para os Clubes do Norte e criar a respectiva Federação.
No comunicado do Secretariado Geral da federação, algumas subscrições da candidatura de Manelinho foram assinadas indevidamente por pessoas sem competências para vincular as respectivas instituições (Clubes/Associação), não tendo sido apresentado nenhum instrumento que tenha conferido poderes a essas mesmas pessoas para assinar os respectivos documentos, como é o caso da Academia de futebol da Guiné-Bissau.
“Com efeito nos termos do comunicado oficial nº 151/FFGB-2010/2011, havendo subscrições simultâneas em dois candidatos, dá-se sem efeito as respectivas subscrições. Assim, o secretariado da FFG considerou nulas as subscrições coincidentes tanto do candidato Manuel Irénio de Nascimento como de José Medina Lobato. Em consequência, o candidato, Manuel Irénio de Nascimento ficou com 8 subscrições válidas e José Medina Lobato (18).
No ponto seguinte, a secretaria-geral da federação refere que, as subscrições necessárias para validar uma candidatura são dez. “Foi ainda constatado que, o certificado apresentado por Manuel Irénio de Nascimento Lopes não foi autenticado conforme o exigido pelo comunicado 151 da FFGB. Assim no uso das suas competências e ao abrigo dos estatutos, e do comunicado oficial, o secretariado da FFGB deliberou o seguinte:
Indeferir a candidatura de Manuel Irénio de Nascimento Lopes, por não ter atingido o número mínimo das subscrições e aprovar a candidatura de José Medina Lobato por ter preenchido todos os requisitos exigidos. Consta ainda na decisão que, os candidatos podem reclamar até a tarde do dia 24 de Novembro.

País em suspense sobre a situação de saúde do PR

A Guiné-Bissau está a viver momentos de aflição total. Há quase um m~es que ninguém tem alguma informação sobre a situação do Presidente da república. A inquietação foi ainda maior, quando uma semana depois de viajar, o Primeiro-ministro deslocou à França com intuito de o visitar, mas não conseguiu.
Informações publicadas pelas agências de informação internacional dão conta que que o Chefe de Estado guineense inspira cuidados de saúde grave, razão pela qual o pessoal médico não aceita visitas.

Fonte: Saibanews