sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Crianças que iam ler "marabu" em Gâmbia voltam a procedência


As 61 crianças e jovens guineenses intercetadas pela autoridades em Buba (sul da Guiné-Bissau) no dia 14, quando seguiam em viaturas suspeitas para escolas corânicas na Gâmbia, já estão reinseridas com sucesso nas respetivas famílias, revelou hoje o UNICEF.

Num comunicado distribuido em Bissau, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) precisa que a reinserção familiar destas crianças e jovens, entre os quatro e 20 anos,  decorreu a partir do dia 18 mediante a assinatura de um termo de responsabilidade e o compromisso de não reincidência da parte dos encarregados de educação.

O ato teve a chancela do Governador de Quinará, Amadou Camará, autoridades locais e Gabinete Integrado das Nações Unidas para a Consolidação da Paz na Guiné-Bissau (UNIOGBIS), ficando a ação de sensibilização dos encarregados de educação sob coordenação em parceria com Organizações não-Governamentais (ONG).

No quadro do programa de Proteção da Criança que o UNICEF desenvolve na Guiné-Bissau juntamente com os interlocutores estatais e ONG, serão ainda reforçadas ações e mecanismos de prevenção e sensibilização contra o tráfico de crianças, bem como missões de seguimento no terreno.

Os indivíduos que transportavam as crianças e jovens numa carrinha alugada de matricula guineense e num todo-o-terreno sem identificação - três bissau-guineenses, outros tantos gambianos, um deles alegando cidadania britânica -, foram detidos. Seguindo os procedimentos legais, as autoridades locais accionaram os mecanismos de transferência do processo para o Ministério Público.

O UNICEF encetou diligências no próprio dia em que as viaturas foram intercetadas, em articulação com ONGs locais, Comité para a Prevenção de Tráfico de Crianças, Instituto da Mulher e Criança, e Guarda Nacional. No dia seguinte, uma equipa chegou a Buba para liderar as operações em parceria com a polícia local, Cruz Vermelha e ONGs parceiras, Juventude Islâmica, Rede de Ajuda (RA) e Divutec.

As crianças e jovens ficaram provisoriamente alojados nas instalações da UNIOBGIS em Buba, com alimentação e produtos higiénicos, nomeadamente, assegurados a partir de Bissau.


Este incidente foi denunciado em conferência de imprensa no dia 16, em que tomaram parte na mesa o representante do UNICEF para a Guiné-Bissau, Abubacar Sultan, a president do Instituto da Mulher e  Criança, Maria Inácia Mendes, e pelo Ministério do Interior o brigadiero-general Francisco Malan Djata (inspector-geral) e o major Mussa Indjai, o Ponto Focal para a Prevenção do Tráfico de Seres Humanos.

 

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