segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Morreu Eusébio

O antigo jogador, e embaixador do futebol portugês pelo mundo, já vinha dando sinais de saúde debilitada, tendo estado internado em junho de 2012 no Hospital da Luz, na sequência de um acidente vascular cerebral (AVC) que sofreu na Polónia. Eusébio estava em Poznan, a acompanhar a seleção nacional durante o Campeonato da Europa de futebol, quando se sentiu mal e foi internado num hospital daquela cidade polaca.

Considerado um dos melhores jogadores de todos os tempos destacou-se ao serviço do Benfica e da Seleção Nacional, tendo sido determinante na conquista do terceiro lugar no Campeonato do Mundo de 1966.

O «Pantera Negra» era conhecido pela sua velocidade, técnica e pelo seu poderoso e preciso remate de pé direito.

Eusébio da Silva Ferreira nasceu em Lourenço Marques, a 25 de Janeiro de 1942 no Bairro de Mafalala, actual Maputo, Moçambique.

Eusébio jogou pelo Benfica 15 dos seus 22 anos como jogador de futebol. Ainda hoje detem o recorde de golos dos encarnados com 638 golos em 614 jogos oficiais.

No Benfica ganhou 11 Campeonatos Nacionais (1960-1961, 1962-1963, 1963-1964, 1964-1965, 1966-1967, 1967-1968, 1968-1969, 1970-1971, 1971-1972, 1972-1973 e 1974-1975), 5 Taças de Portugal (1961-1962, 1963-1964, 1968-1969, 1969-1970 e 1971-1972), 1 Taça dos Campeões Europeus (1961-1962) e ajudou a alcançar mais três finais da Taça dos Campeões Europeus (1962-1963, 1964-1965 e 1967-1968).

Foi o maior marcador da Taça dos Campeões Europeus em 1965, 1966 e 1968. Ganhou ainda a Bola de Prata sete vezes (recorde nacional) em 1964, 1965, 1966, 1967, 1968, 1970 e 1973. Foi o primeiro jogador a ganhar a Bota de Ouro, em 1968, façanha que mais tarde repetiu em 1973.

Eusébio recebeu várias distinções nacionais e estrangeiras ao longo da vida, entre elas os colares de Mérito Desportivo (1981) e de Honra ao Mérito Desportivo (1990), além da «Águia de Ouro», o mais alto galardão do Benfica, em 1982.

 

«Os moçambicanos estão de luto» - Armando Guebuza
   

O Presidente da República de Moçambique, Armando Guebuza, lamentou a morte de Eusébio, jogador nascido em Lourenço Marques, atualmente Maputo.

«Foi um choque a morte de Eusébio, é uma figura incontornável do desporto, não só moçambicano ou português, mas mundial. É uma pessoa simpática, capaz de comunicar com todas as classes sociais», afirma o Guebuza.

«É uma figura que transporta a história profunda e rica de Moçambique», diz o Presidente.

«Eusébio vinha cá de vez em quando e trabalhava connosco. Manteve sempre a ligação com Moçambique, é uma figura muito conhecida e respeitada aqui no país», afirmou Guebuza à «RTP Informação.»

A Presidência da República de Moçambique emitiu uma nota na qual homenageia o «Pantera Negra».

Leia o comunicado, que é assinado pelo chefe de Estado, Armando Guebuza, na íntegra:

«Moçambique, os moçambicanos e o mundo do desporto estão de luto. Perdemos, a 5 de Janeiro de 2014, Eusébio da Silva Ferreira, futebolista de primeira água e com uma carreira internacional célebre e celebrada como uma referência de grande craveira.

Foi, pois, com profunda mágoa e consternação que tomámos conhecimento desta triste notícia. Triste e chocante porque veio tirar-nos um homem que, durante décadas, praticou o futebol com elegância, galhardia e arte. Por mérito dessa sua forma de jogar e de saber jogar futebol, Eusébio constituiu-se numa verdadeira fonte de inspiração e de alegria para milhões de moçambicanos e de cidadãos do resto do mundo.

Nascido no chão da nossa terra, a 25 de Janeiro de 1942, Eusébio da Silva Ferreira, com os seus pés nus, construiu, a partir da nacionalista, desportiva, poética, artística e multifacetada Mafalala uma carreira que viria a torná-lo uma referência incontornável na rica geração dos futebolistas moçambicanos e de outras partes do globo do seu tempo.

Temido pelos defesas e guarda-redes e venerado pelos médios e atacantes;
Aclamado pelos seus admiradores e adversários;
Celebrado pelos amantes do futebol e de outras modalidades desportivas;

Imortalizado por obras literárias, de arte e cultura,
o Pantera Negra projectou o nome desta Pátria de Heróis à escala planetária. Ao mesmo tempo, demonstrou que, com auto-estima, determinação, criatividade e muito trabalho nós, moçambicanos, podemos realizar os nossos sonhos, transformando desafios em oportunidades.

Neste momento de muita dor, gostaríamos de endereçar as nossas mais sentidas condolências à família enlutada, aos amigos e admiradores de Eusébio da Silva Ferreira, bem como a todos os desportistas e cidadãos do mundo inteiro que perderam uma referência insuperável.
Até sempre, Eusébio!»

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