As autoridades da Guiné-Bissau nomearam o coronel Quintino Quadé, ao cargo de presidente do Tribunal de justiça militar, oito dias após o abortado golpe de Estado de 26 de Dezembro, soube-se hoje (quarta-feira) de fonte militar, citada pela AFP.
O coronel Quadé havia sido julgado nesse mesmo Tribunal que deverá julgar os militares detidos durante o golpe de Estado, entre os quais o chefe da Marinha, o contra-almirante José Américo Bubo Na Tchuto, presumível mentor da tentativa de golpe.
"Desde há 20 anos que trabalho nesse Tribunal, que considero agora a minha casa", declarou à imprensa, momentos após a sua nomeação.
Segundo ele, o "tribunal militar é uma instituição como qualquer outra de justiça, com os advogados, os juízes, acrescentando que "para o seu normal funcionamento, é preciso que os seus membros trabalhem em conjunto".
O ministro da Defesa, Baciro Dja, afirmou que "supervisionará", para que essa instituição de justiça militar seja um exemplo em termos de respeito às instituições democráticas do país.
Em 26 de Dezembro, o exército anunciou ter abortado uma tentativa de golpe de Estado fomentado por um "pequeno grupo de militares que pretendia subverter à ordem no seio do exército e do governo", atacando à sede do estado-maior e duas unidades do exército em Bissau.
O governo bissau-guineense falou na altura, de uma "tentativa de golpe de Estado".
A caça aos suspeitos, durante a qual 25 foram detidos, foi marcada por uma onda de violência que causou pelo menos dois mortos. Entre os mortos, figura um comandante de policia abatido quando, segundo testemunhas, tentava entregar-se as autoridades.
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