quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Primeiro grupo de militares passa à reforma no dia 23 de Janeiro

O Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Carlos Gomes Júnior, anunciou hoje (quarta-feira) que no dia 23 de Janeiro um grupo de militares, em número não divulgado, vai passar à reforma.  


   
Carlos Gomes Júnior, que falava aos jornalistas para anunciar as perspectivas do Governo para este ano, afirmou que, com a passagem à reforma desses militares, se vai iniciar a implementação da verdadeira reforma e modernização do sector de Defesa e Segurança.  


 

O Primeiro-ministro adiantou que uma comissão já está a trabalhar nos termos de referência do grupo a ser  desmobilizado. Gomes Júnior esclareceu que a reforma do grupo só é possível graças às verbas disponibilizadas pelo Governo guineense, cerca de 500 mil dólares, com a qual está-se a constituir o fundo de pensões. 
 
  

O recenseamento geral das Forças Armadas guineenses realizado em 2008 aponta para a existência de 3440 militares e destes a maioria está em idade de reforma.  

 

O Primeiro-ministro guineense voltou a apelar à ajuda da comunidade internacional para o financiamento do fundo de pensões com o qual se vai dar corpo à reforma, lembrando que apenas Angola já disponibilizou os apoios prometidos.  

 

Carlos Gomes Júnior explicou que, dos 63 milhões de dólares anunciados pela CEDEAO (Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental) para o fundo de pensões, 23 milhões já se encontram na posse da delegação daquela organização em Bissau, faltando agora ultimar os pormenores burocráticos para a sua entrega às autoridades guineenses.    

 

"A reforma do sector de Defesa e Segurança é uma das grandes prioridades do país para o ano 2012", assinalou Gomes Júnior, frisando, contudo, estar atrasado a constituição do fundo de pensões, instrumento que disse ser  fundamental para este objectivo.  


  
O Primeiro - ministro considerou que o atraso na constituição do fundo de pensões e consequentemente na implementação da reforma tem criado instabilidade constante nos quartéis e no próprio país.  


 

"Se não fosse a ajuda de Deus, este último acontecimento do dia 26 de Dezembro teria sido um desastre para o país", sustentou Carlos Gomes Júnior, reforçando a urgência da reforma do sector da Defesa e Segurança do país. 


   
A 26 de Dezembro, uma crise militar deixou dois mortos e levou à prisão o chefe do da Armada, contra-almirante Bubo Na Tchuto, mais outros 25 detidos. O chefe de Governo disse posteriormente que o plano visava a sua eliminação física bem como do chefe das Forças Armadas, António Indjai.  



   
Antes de falar com os jornalistas, o Primeiro-ministro guineense, recebeu uma delegação dos veteranos de guerra pela independência do país que lhe manifestou solidariedade depois dos acontecimentos militares do passado dia 26 de Dezembro. 

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